#2: Não consigo parar de pensar na maquiagem de Jobu Tupaki
Essa é pra quem também fez faculdade de cinema
Oi amigas
Nos últimos meses me tornei uma espécie de correspondente Choquei para assuntos de Karen Bachini nos meus grupos de amigos. Acho que em parte é porque todo mundo sabe que acompanho seus vídeos há bastante tempo, mas quem me conhece também sabe que sou uma excelente jornalista (lê-se: fofoqueira) e digamos que cobrir esse tipo de conflito é minha especialidade.
Tudo isso pra dizer que eu assisti do início ao fim o vídeo que ela fez para se defender daquelas acusações de assédio moral que surgiram ano passado, com todos os seus gloriosos sessenta e três minutos e quarenta e cinco segundos de duração.
E depois eu resumi todas as informações relevantes em áudios que concentravam os pontos chave da narrativa para que minhas amizades não precisassem perder o mesmo tempo que eu. Posso até demorar um mês para responder minhas mensagens no zap, mas se você chega me perguntando de alguma fofoca envolvendo gente da internet e ex-BBBs eu vou aparecer em 10 minutos com áudios e prints.
A mão que tira é a mesma que dá. Essa é a minha linguagem do amor.
Enquanto prestava esse serviço de utilidade pública para minha comunidade, uma coisa estava tirando meu foco do conflito em questão: a figura de Ana Clara Passaretti, assistente de Karen Bachini e aparentemente testemunha de todo o processo. Mais especificamente, o blush usado por Ana Clara Passaretti no vídeo em questão: muito rosado e perfeito1 - num tom que me lembrou aquele saudoso batom de moranguinho dos anos 90 - aplicado na região das têmporas, uma técnica que depois vim a descobrir que se chama douyin e vem, claro, das nossas amigas asiáticas. Ao que tudo indica, a tendência começou na China (“douyin” é o termo usado no país para se referir ao TikTok), passou pra Coreia e, graças ao app, ganhou o mundo todo.
Pesquisando sobre o tema, descobri que o look douyin vai além do blush e engloba uma produção completa, inspirada numa estética de boneca. Na técnica original, o batom vermelho substitui o blush e é aplicado também no queixo e no nariz; para complementar, temos pele iluminada, delineador para dar um efeito amendoado aos olhos, sombra brilhosa e batom esfumadinho. Aqui do meu lado, gosto mesmo é desse negócio de passar blush no olho e ficar corada.
Esse estilo aparece bastante nas produções da própria Karen Bachini e foi minha primeira referência para esse tipo de look, mas até então eu olhava para a técnica como olho para boa parte dos looks da Karen: interessante, lindo de se ver, mas pra usar tem que ter feito faculdade de cinema. Not for me.
E aí, ironia das ironias, foi justamente um filme sobre uma família sino-americana que me convenceu que dava sim para passar blush no olho e ser feliz. Faz umas duas semanas que finalmente assisti ao filme Tudo Tudo Tdxs etc e... acho que adorei? Tenho preguiça de histórias de multiverso, física quântica e sei lá o que, filmes em que tudo e todes acontece ao mesmo tempo, mas a película Tudo Tudo Tdxs me encantou por seus visuais. Eu ando com o olhar muito cansado e saturado, sentindo uma ânsia imensa de ver coisas que não vi 750 mil vezes na internet, em diferentes versões e releituras.
Foi realmente um bálsamo levar essa surra de estímulos visuais que Tudo Tudo Tdxs oferece, em especial através da caracterização da personagem Jobu Tupaki. Ela aparece produzida de diversas formas diferentes, sempre numa explosão maravilhosa de maximalismo pop, mas o look que realmente causou imprinting comigo foi esse aqui, uma versão fantasia, digamos assim, do look douyin com atenção especial ao blush.
A cor, a textura, esse efeito que ele causa de parecer que o rosto está emergindo iluminado e radiante de um pano de fundo rosa chiclete. Nada a declarar, apenas sentir. Arte.
Se antes eu tinha só uma impressão distante de que estava notando esse visual em em tudo, todo lugar, ao mesmo tempo, nessa última semana o inconsciente coletivo foi confirmado: de trend para as cracudas de maquiagem do Tiktokapanhadão de tendências de maquiagem publicado no Bonita de Pele, lá estava ele, dessa vez categorizado de "blush como sombra" - algo que faz bastante sentido nesse momento em que produtos miltifuncionais estão bombando, assim como os blushs líquidos e cremosos.
Nos últimos dias, enfim, comecei a experimentar o blush douyin em mim. Curiosamente, acho mais fácil quando uso blush em pó, já que o pincel ajuda a deixar um efeito mais natural, que é o que eu sustento no dia a dia. Percebi que o segredo é começar como se você fosse aplicar uma sombra nos olhos, mas aí passar o pincel da metade pra parte externa da pálpebra, fazendo movimentos circulares amplos. Minha dica de acabamento é esfumar bastante nas "extremidades", para fazer um degradê legal com o resto do rosto, e finalizar com iluminador nas maçãs do rosto, onde você normalmente passaria o blush.
Tentei fazer usando blush cremoso, aplicando com os dedos em batidinhas, que é como eu normalmente uso, mas ainda não peguei bem o jeito. Eu também sou péssima em fazer fotos úteis de beleza e o blush doyuin não fotografa muito bem a não ser que a cor esteja bem intensa, mas pelo menos tentei. Na primeira foto, estou usando blush de uma paleta bem antiga Make B2, finalizado com iluminador Soft & Gentle da MAC. Na segunda e na terceira foto, o blush é o Extravaganza, dessa nova leva da Contém 1g, finalizado com o mesmo iluminador. Os batons são, respectivamente, Clarins Joli Rouge, Vic Beauté Saúde e Karen Bachini Fênix.
Não sei por que mas acho que esse estilo combina mais com blush bem rosinha, bem garotah, bem barbiezinha. Esse aqui, aliás, é a minha obsessão atual3.
Para finalizar, deixo alguns looks pseudo-douyin legais que encontrei por aí para inspirar o final de semana de vocês.
Se você testou aí e curtiu o resultado, vou adorar ver também! E se tem algum look de cinema que mora sem pagar ingresso na sua cabeça, me conta também e aproveite para compartilhar esse post por aí <3
Um beijo,
Anna
Grave
Nesse clima de observatório de tendências, gostaria de deixar aqui uma breve nota: no episódio de Succession que foi ao ar no último domingo, Naomi Pierce apareceu com um novo corte de cabelo. Sinto que temos um cultural reset diante dos nossos olhos: a morte do corte bob e a ascensão do mullet a um lugar de prestígio cultural para além do mundinho das modernas. Só observo.
Voltamos a qualquer momento com mais informações. Inscreva-se para não perder as próximas edições.
Foi só quandi revi o vídeo para capturar a imagem que percebi que o blush nem é tão rosa quanto registrei na minha cabeça. Risos.
Fui tentar descobrir o crédito da paleta e encontrei um post sobre ela no antigo blog da Karen Bachini, junto com a informação de que trata-se de um produto de 2013. Não vou dizer que ninguém tá liberado pra usar maquiagens com 10 anos de existência, mas meu rosto tá firme e forte no lugar.
Nenhum desses links é patrocinado e não ganho nada para compartilhar os produtos que gosto com vocês. Se algum dia isso mudar, aviso por aqui.
Achei uma boa releitura da make da Jem da Jem e As Hologramas, aquele desenho 80s. Acho que vou testar...
Eu vou ser obrigada a testar esse blush!!!!